Na última sexta-feira, o principal índice da bolsa de valores caiu 1,30% nesta sexta, aos 117.711 pontos.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, abriu em baixa nesta segunda-feira (17), após a divulgação de dados econômicos abaixo do esperado na China, o que impacta o desempenho das commodities neste pregão.
Investidores também acompanham o início da temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos e projeções de alguns indicadores no Brasil.
Às 12h15, o índice caía 0,22%, aos 117.456 pontos. Veja mais cotações.
No mesmo horário, as ações da Vale e da Petrobras, empresas com maior peso na composição do Ibovespa, recuavam 1,14% e 2,62%, respectivamente, acompanhando a desvalorização do minério de ferro e do petróleo e derrubando o índice.
Na última sexta-feira (14), o Ibovespa fechou em baixa de 1,30%, aos 117.711 pontos. Com o resultado, o índice passou a acumular:
- queda de 1% na semana e de 0,32% no mês;
- alta de 7,27% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
O dia é de poucos indicadores econômicos ao redor do mundo, mas um deles chama a atenção e gera mau humor nos mercados: o PIB da China. A economia do país cresceu 6,3% no 2° trimestre, na comparação anual, segundo dados do governo divulgados nesta segunda.
O resultado, apesar de alto, está abaixo dos 7% projetados pelos especialistas. Há expectativas de que a segunda maior economia do mundo viva um período de desaceleração, com uma fraca demanda de consumo e de exportações chinesas.
Um PIB chinês mais fraco que o esperado afeta os negócios em todo o mundo porque o país asiático é um dos principais demandantes por diversos produtos, principalmente commodities. Assim, com uma perspectiva de redução nas importações, petróleo e minério de ferro vivem um dia de desvalorização, assim como diversos outros ativos.
Além disso, olhando para o exterior, o que também repercute nos negócios é a temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos.
De acordo com Luan Aral, especialista em câmbio e consultor em renda variável na Genial Investimentos, os balanços corporativos americanos são muito importantes em nível global porque o volume de negócios e, consequentemente, o tamanho das empresas daquele país são muito maiores que os do resto do mundo.
Dessa forma, tendo em vista que os balanços trazem uma perspectiva de como anda a economia da região para as empresas, o impacto dos resultados corporativos é sentido no mundo inteiro.
No entanto, o especialista ressalta que o resultado passado não significa que os números futuros serão iguais e, por isso, destaca a importância dos discursos dos executivos dessas companhias após as divulgações para o mercado.
Nesta semana, segundo Aral, os balanços mais importantes são os do Bank of America, Morgan Stanley e Goldman Sachs, maiores bancos do mundo, além de Netflix e Tesla, que são representantes do setor de tecnologia e vistas como «empresas de crescimento», ou seja, os investidores enxergam que sua geração de valor se dará, sobretudo, no longo prazo.
O especialista também destaca as empresas American Airlines (aviação), American Express (serviços financeiros) e Johnson & Johnson (varejo/consumo), como companhias de «monitoramento», que trazem uma perspectiva de como anda o consumo doméstico na maior economia do mundo.
No cenário doméstico, o destaque do dia é a divulgação do Boletim Focus, relatório do Banco Central do Brasil (BC) que reúne as projeções de analistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país.
Na edição desta semana, não houve alteração nas projeções para a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As expectativas continuam em 4,95% para 2023, o que deixa a inflação acima da meta do BC, de 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Já para o PIB brasileiro neste ano, as estimativas subiram de 2,19% para 2,24%. Atualmente, a expectativa oficial do governo é de até 2,4% de crescimento do PIB no ano, de acordo com estimativa publicada em junho.
G1