Em quatro dias no ar, o programa já recebeu 3.030 depoimentos e ajudou a encontrar cerca de 500 vítimas.
O programador de Mato Grosso do Sul Caio Kaspary uniu um grupo de voluntários de todo o país para auxiliar nas buscas por pessoas e animais desaparecidos no Rio Grande do Sul, além de pessoas que precisam de doações. Em quatro dias no ar, o portal recebeu 3.030 depoimentos e ajudou a encontrar cerca de 500 vítimas.
As vítimas podem pedir ajuda pelo WhatsApp, que filtra e publica os relatos na plataforma. Do outro lado da tela, pessoas que desejam auxiliar os desabrigados podem se candidatar como voluntários.
«Meus pais foram resgatados pelo exército no sábado, mas desde então os gatos ficaram e não foi possível voltar para pega-los, não sei como estão e não consigo chegar».
«Casal de idosos, não querem sair do prédio, foi o síndico que pediu ajuda. Precisam de alimentos. Estão ilhados».
Moradores de Canoas aguardam resgate em área alagada — Foto: AMANDA PEROBELLI/REUTERS via BBC
Agilidade: Uma das voluntárias, Thais Torres, explica que foi marido dela, Caio Kaspary, que teve a ideia e programou o site com a ajuda de outro programador da Bahia, Pedro Elias.
O projeto começou sexta-feira (3) de noite e já foi lançado no domingo (5). O objetivo é unificar as informações das pessoas para facilitar as operações de resgates, por isso o foco é manter os dados atualizados.
«O principal era divulgar um contato de WhatsApp onde essas pessoas conseguissem mandar uma mensagem com o endereço, quantas pessoas eram, se tinha animal ou não, e tudo mais. E esse cadastro vai automaticamente para um site com mapa, e aí quem estava socorrendo conseguia ver», detalhou Thais, que é um dos rostos por trás das telas.
Os programadores criaram um sistema de TAG’s, para deixar disponível para o público apenas os relatos que ainda precisam de ajuda.
Filtro de buscas também ajuda a encontrar endereço e telefone de pessoas que estão ilhadas, desabrigadas ou precisando de doações.
Voluntários: Thais explicou que passou dias tentando ajudar as pessoas do Rio Grande do Sul e vários grupos de WhatsApp, mas as informações eram muito «soltas». Foi quando surgiu a ideia de criar um lugar para concentrar os dados e mantê-los atualizados.
A ideia que surgiu entre o casal somou forças e nesta quinta, são cerca de 40 voluntários ativos, além de outras 200 pessoas que ajudaram a colocar o site no ar.