Ao não aceitar ser vice, principal liderança política da legenda, vereadora Lourdes Monteiro, disse que Diretório Municipal considerou desnecessária a sua participação na tomada de decisões
Ao contrário do que faz o ex-presidente da república Jair Bolsonaro e o presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto, que defendem a união do PL com o PSDB do governador Eduardo Riedel em Mato Grosso do Sul, o Diretório Municipal de Ponta Porã mesmo sem uma discussão aberta e democrática com seus filiados quer lançar candidatura com chapa pura, o que tem gerado severas disputas internas, inclusive com destituição do produtor rural André Cardinal da presidência local. Os atritos aumentam dia a dia e outra voz importante que se levantou contra as decisões tomadas é da vereadora Lourdes Monteiro, experiente na política e que é a principal liderança com mandato no município.
Vereadora combativa no plenário e um dos nomes que despontaram como pré-candidata a prefeita, Lourdes Monteiro já se habituou aos grandes debates democrático, mas a sua trajetória política teria sido ignorada pelos atuais gestores do partido. Filiada ao PL, a vereadora foi deixada de lado no momento em que o partido deveria estar aberto para uma discussão mais ampla e democrática no sentido de escolher o caminho a seguir nas eleições deste ano. Inconformada com o tratamento de desprezo da sua liderança, ela se manifestou publicamente via redes sociais. “Comunico a todos que, após diversas sinalizações do Diretório Municipal do PL em Ponta Porã de que minha colaboração não é necessária para as decisões do partido, não aceitarei ser pré-candidata a vice-prefeita na chapa pura do nosso partido. Essa decisão é definitiva e irrevogável. Continuarei meu caminho como pré-candidata a vereadora», escreveu Lourdes Monteiro.
Antes dessa decisão, já havia um “climão” dentro do PL da fronteira com a destituição de André Cardinal da presidência do Diretório Municipal. André foi presidente do Sindicato Rural de Ponta Porã é uma das principais lideranças do agronegócio da fronteira e por não concordar com decisões tomadas de forma antidemocrática e, segundo fontes, até truculenta, acabou deixando o comando. Setores importantes dentro do partido defendem ideias como do ex-presidente Jair Bolsonaro e do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, que querem o partido caminhando junto com o PSDB em Mato Grosso do Sul. O objetivo é fortalecer a direita contra a esquerda.
Em Campo Grande, o PL deve indicar um candidato a vice na chapa do pré-candidato a prefeito deputado federal Beto Pereira. Os liberais querem somar as forças com o PSDB, conforme as declarações de Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto em recente reunião em Brasília com o deputado estadual Coronel David. Nesta mesma reunião eles também aceitaram a indicação da coronel da Polícia Militar, Neidy Centurião, para a vaga de vice-prefeita na Capital. O deputado federal Marcos Pollon trabalhava contra essa aliança, acabou destituído do comando do diretório estadual e no seu lugar foi empossado Tenente Portela, suplente da senadora Tereza Cristina.
Fonte: Reporter MS